- Eu, errr, não ... porquê?
(...)
Guardei a folha...
A primeira coisa que me ocorreu quando me falaram em sindicato foi o SNP (Sindicato Nacional dos Psicólogos, agora em acesa discussão com a aqui já referida APOP), mas depreendi logo que não era bem esse que a minha colega tinha em mente.
Eu cresci na CGTP-IN. Não é uma metáfora, muita da minha infância foi passada na Av. Elias Garcia a aprender coisas úteis (como fracções aos 6 anos). O meu pai foi durante um tempo delegado sindical, passando depois a dirigente sindical durante largos anos. Como eu devorava livros e fazia perguntas estranhas, deixavam-me ficar na máquina de escrever a gastar folhas enquanto as reuniões decorriam. É certamente também por isso que em miúda ia às manifestações do 25 de Abril e do 1º de Maio. E que, assumidamente, sou de esquerda.
Ora nada melhor do que perguntar ao meu pai, o meu sindicalista particular, o que achava ele. E a resposta veio claramente de encontro ao que eu vinha pensando de há uns tempos para cá: os sindicatos estão envelhecidos. Não há ideias novas, sangue novo. As caras são as mesmas, as ladainhas as mesmas são. Gastas e repisadas.
Tal como a esquerda deixou de ser alternativa viável para ser a oposição do contra. Diria mesmo a irresponsável oposição do contra. Nesta há caras novas, mas continuam a faltar ideias claras e inovadoras de verdade. Brandem-se bandeiras que apenas fazem oposição, mas nada se avança. Nada de estruturalmente construtivo. Um dia chegará em que deixaremos esta ideia canhota de esquerda, centro e direita, para nos guiarmos por ideias e ideais, porque neste momento não encontro ideais na política salvo raras excepções.
O que me faz pensar que o meu próximo voto tem de ser ainda mais cuidadoso.
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