domingo, outubro 29, 2006
Escrito por Green Tea em domingo, outubro 29, 2006

Eu cá até não sou pessoa de maldades. Tudo o que puder fazer pelos outros, faço. E até me dei mal com isso, algumas vezes ...

Somos todos assim, quem não diz isso? Remexendo nos primórdios da consciência da espécie humana, recordado os erros disposicionais e situacionais de atribuição, somos os melhores. Aliás, somos as melhores pessoas que conhecemos. Parece-me haver apenas um pequeno erro lógico ... que é a realidade que todos presenciamos. Onde estão as melhores pessoas quando precisamos delas? A olhar para o umbigo ou frente ao espelho mágico a perguntar quem é melhor pessoa do que eu?
É assim a espécie humana ... Somos os melhores sim. De garganta. Somos um saco roto de boas intenções...

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segunda-feira, outubro 23, 2006
Escrito por Green Tea em segunda-feira, outubro 23, 2006

Talvez por ser demasiado informada, ou talvez por ser demaisado dada à especificidade humana ... talvez por isto, ou por quaisquer outras razões, não tendo a colocar os médicos como a classe exageradamente considerada que tem sido na nossa sociedade.
O seguinte episódio fez-me pensar nisto ...
Doem-me os dentes. Ando sem comer sólidos desde o início do fim de semana (hoje é segunda, meu Deus, que fome!). Siga a marcar consulta urgente no dentista. Como sou psicóloga há uns tempos cada vez mais largos, sei que a relação entre o médico e o doente não se cinge à mera simpatia. Aliás, enquanto doentes, temos direitos e deveres que muitas vezes ignoramos. Então vá de ser simpática e perguntar se o médico é compreensivo, calmo, essas coisas que nos inspiram confiança quando vamos ficar deitados de boca aberta enquanto nos metem utensílios de tortura na boca.
- Não!
Não?? Mas como não? Mas afinal? Sei que os médicos não têm a mesma concepção da relação que um psicólogo. Sei, e aceito, claro, óbvio e necessário. Mas o juramento de Hipócrates é bem claro. Não é a paciência do médico que vem em primeiro lugar. É o doente. Sempre.
Claro que posso ser eu a ter uma visão utópica de como devem ser praticados os Actos Médicos. Claro que posso. E tenho, para ser franca. Porque ser médico não é a mesma coisa que ser arquitecto, engenheiro ou canalizador.
Agora até podia dissertar que mais que uma média académica absurda e pouco indicadora do valor humano, era necessário mudar qualquer coisa que se veja nos cursos de Medicina. Poder podia ... mas vou esperar pela minha consulta de amanhã ...
EDIT: não tive consulta, mas decidi que hei-de escrever sobre o negócio dos seguros de saúde em Portugal. Ai se vou!

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quinta-feira, outubro 19, 2006
Escrito por Green Tea em quinta-feira, outubro 19, 2006

Eis que não entendo...
Venho a Évora dar uma aula a miúdos do 4º ano da licenciatura. Dizem-me, contrariados, que estão em luto académico, segundo apurei, não estão reunidas as condições para "Bolonha".
Bolonha!?!?! Já não posso ouvir falar de Bolonha, de ir a reboque da Europa neste aspecto, em que tudo fica na mesma, só de cara lavada, mas na mesma. Porque os EUA têm cursos 3+2, a França também, e Portugal tem de apanhar o comboio! Para haver migração de alunos e docentes.
Uma ova. Com 3 anos quem é que sabe ser seja o que fôr? Sai-se das faculdades com 5 anos de licenciatura a saber fazer: zero. Sabe-se muita coisa, saber fazer é outra conversa... então com 3 anos, melhor ainda! Acabam com os bacharelatos para quê, mesmo? Mudar o nome, o cheiro é o mesmo.
E quem prossegue a carreira académica? Estuda 7 anos para ter o mesmo grau que alguém que estudou 5? E porque não, igualdade para todos. Oportunidades de (des)emprego para todos!!
E os meus alunos queixam-se ... apesar de estarmos em meados de Outubro e ainda haver praxe nestas bandas.

Vão dar uma curva com Bolonha. Só tenho pena de já estar na fase de não adiantar refilar, tenho é de pensar como lidar com isto.
Queixem-se sim ... acho muito bem! Não vão às aulas! E ao fim de 3 aninhos, a ver se tudo somado, chegam a ter um ano completo de aulas.
(Évora é linda)

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segunda-feira, outubro 16, 2006
Escrito por Green Tea em segunda-feira, outubro 16, 2006

Ora bem!

Depois de umas quantas andanças na blogosfera, noutros projectos que, definitivamente, são de manter, ocorre-me a ideia: olha lá ó Ana, e porque não começares a escrever ideias sérias e esclarecidas?

Pensei, pensei e repensei, e eis que numa bela noite nasce este espaço. Meu, vosso, nosso. São as minhas opiniões, algumas polémicas, outras nem tanto, sobre tudo e nada que vai surgindo neste Portugal dos pequeninos e dos grandes.

As palavras são como as cerejas. Só que dão que pensar.

Benvidos!

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