quarta-feira, agosto 20, 2008
Escrito por Green Tea em quarta-feira, agosto 20, 2008

Seis da manhã, acordar cedo só faz sentido e só é menos penoso quando o faço ao som de notícias. E hoje foi a manchete sobre o facto de metade das ofertas de emprego não serem preenchidas.
Ah, pois bem. Somos "uma cambada de preguiçosos", foi o comentário implícito que acabei por ouvir nas entrelinhas.
Ocorre que no mesmo jornal vieram relatadas algumas infracções laborais, quer em termos de horários, quer em termos de dívidas à Segurança Social. É favor consultar, que não tive tempo para ir procurar o link.

Não somos (assim tão) preguiçosos, não estamos é tão desesperados assim, e não sei se é bom se é mau. Muitas das tais ofertas contemplam horários completamente absurdos com vencimentos correspondentes ainda mais absurdos. Ou então é o perfil do super-candidato: máximo de 25 anos, 24 de experiência comprovada na área. Passando o sarcasmo, outro factor para a proliferação destas ofertas por preencher: há quem as aproveite. A esses toca mesmo o desespero. Parece que 60% das famílias sobreendividades tem de 3 a 10 créditos (leiam-se prestações). Portanto, infelizmente, aceitam qualquer exploração que se lhes apresente, o que, num ciclo vicioso que não favorece nada o desenvolvimento nem do tecido empresarial nem do capital humano, apenas promove o semi-emprego, a sobrevivência e não a vivência e o envolvimento.

Agora vou pensar melhor sobre isto, claramente há variadíssimos factores sociais, culturais e educativos a concorrerem nesta questão. Agora não, em Setembro, depois das mais que merecidas férias. Porque apesar de tudo, do cansaço e da frustração, eu ainda consigo, nalguns dias, entrar no trabalho a assobiar pululante.

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sexta-feira, agosto 01, 2008
Escrito por Green Tea em sexta-feira, agosto 01, 2008

Acordei esta manhã com o programa "Opinião Pública" da Sic Notícias a debater se teria sido justificado e justificável o Presidente da República interromper as férias para fazer um comunicado (e não o comunicado em si).
Independentemente da opinião de cada um dos intervenientes, foi curioso ver o jornalista a tentar defender a comunicação social do estrondoso aparato que foi feito em redor deste comunicado. Parece preferível defender a honra da conta bancária que nos sustenta do que saber aceitar críticas num programa chamado "Opinião Pública".

Mais ainda, porque não perguntar sobre a opinião relativa ao comunicado em si? Porque eventualmente isso sim seria serviço público que a Sic Notícias tanto se gaba de fazer, visto a maior parte das pessoas nem conhecer o agora famoso Estatuto dos Açores. Mas é famoso porque Sua Excelência o Presidente da República até interrompeu as férias para falar dele! Apenas e só por isso.

Voltemos à vaca fria: Cavaco Silva é o Presidente da República. Tem o direito e o dever de se pronunciar quando é importante e relevante para o país. Esteja ou não de férias. Ponto final parágrafo. Não nos compete averiguar da justificação de tal comunicado, esta é inerente ao compromisso que Cavaco Silva tem assumido. Qualquer consideração além desta afigura-se desnecessária.

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