sábado, março 22, 2008
Escrito por Green Tea em sábado, março 22, 2008

Assim é. Estamos na Semana Santa, o que para mim  é verdadeiramente importante. Em Portugal não temos o hábito de dizer "ah e tal, amanhã estou em meditação interior por motivos religiosos". O que é pena.

Na verdade, a Páscoa é, para o cristão, muito mais informativa e mais relevante do que o Natal, e acaba por passar muito mais despercebida. O Natal é a Esperança, e nascer, meus amigos, todos nascemos. A Páscoa é uma história diferente, ela confirma essa esperança natalícia, e é assim o momento que dá o significado final à fé cristã. Nascer todos nascemos, ressuscitar é que já me parece menos fácil e assume-se como questão de fé central.
 
Mas isto da Páscoa ser o fulcro da questão vem no seguimento de uma conversa extremamente ... parva ... que tive hoje. Basicamente sobre o jejum ditado pela Igreja na Sexta-Feira Santa. É verdade, conjuntamente com a Quarta-Feira de Cinzas, forma o par de dias de jejum aconselhado. O que é diferente da tradição de não comer carne nestes dias. Sinceramente, a Quarta-Feira de Cinzas é-me muito pouco apetecível o jejum, mas confesso que durante alguns anos jejuei na Sexta-Feira Santa. Não por obrigação, a fé não impõe semelhantes actos. Mas pelo significado. E é mesmo aqui que queria chegar. 

Porque não comer carne? Porque havemos de jejuar? Creio que não é esse o atentado ao significado pascal. Muito mais obsceno que umas boas costeletas de porco ou um cozido à portuguesa serão, certamente, os gestos e as omissões que cada um, enquanto cristão, toma. É tão fácil pôr um ar esfomeado e negar apoio, carinho e compreensão a quem dele necessita. E é tão mais difícil desapegarmo-nos do nosso próprio umbigo. E é aqui que reside efectivamente a grande diferença entre o cristão que apregoa num megafone quão perfeita é a sua conduta, e aquele que, melhor ou pior, em esforço constante e em erro constante, age a sua fé. Mesmo que coma carne na Sexta-Feira Santa. 

 
P.S. Para evitar quaisquer dúvidas, queria só salientar que não como carne. Não só agora. Não como carne há 11 anos. Só para informar...

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domingo, março 09, 2008
Escrito por Green Tea em domingo, março 09, 2008

Basicamente, num post já muito atrasado neste blog. A ver se a semana que hoje começa não vai pelo mesmo caminho...
Resumidamente, um dia de valentíssima !"@£@1!"#... Bom, o meu tio morreu esta madrugada, como aliás já andavamos todos à espera desde antes do Natal. Como em todas as famílias, há questões complicadas que teoricamente se sanam nestas alturas, mas nem todas. De qualquer dos modos, a impotência da espera de notícias do onde, quando e como estar é algo atroz. Hoje pedi o dia no trabalho para nada. Amanhã é o velório, que se inicia meia hora depois de eu entrar ao trabalho. O serviço fúnebre será 3a feira, meia hora depois de eu entrar ao trabalho. Está bem, ou então não. Estado de espírito: dormente.
Desculpem a lamechice ... e o mau humor cuja frente fria se apresenta para as próximas 48 horas, segundo a minha previsão humorológica interna.

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quarta-feira, março 05, 2008
Escrito por Green Tea em quarta-feira, março 05, 2008

Desde o início do mês que o Estado disponibiliza certificados de reforma, os vulgo PPR. 
Ora, desde as acusações de concorrência desleal, visando nomeadamente as diferenças em termos de liquidez exigida (comparativamente às seguradoras, fornecedoras habituais destes produtos), às diferenças em termos de possibilidade de resgate de capital (apenas em situações de doença ou desemprego), e mesmo às diferenças em termos de procedimentos após a obtenção da reforma (nalguns pontos, mais benéfico para quem subscrever estes PPR estatais), tudo se esclarece quando Vieira da Silva adverte que os certificados são apenas mais uma possibilidade ao alcance dos cidadãos. São diferentes dos PPR privados porque, and I quote“uns são canalizados para a captação de poupanças, outros para a criação de uma contribuição acrescida”.
Bem, mas pensava eu que o Estado não deveria distinguir entre cidadãos em termos contributivos da Segurança Social. Certo é que os meus descontos não me estão a servir a mim, mas sim os pais ou avós de alguém... Porque haveria eu de me vestir de altruísmo se não são os meus descontos que me irão assegurar esta "benesse" estatal. Mais!!! Mas pode, deve, ou será competência do Estado, diferenciar entre quem desconta legal e sofridamente o minímo, e mesmo assim vê o seu salário a participar numa peça trágico-cómica, e entre quem subscreve estes produtos? Segurança Social justa e equitativa??? Onde, mesmo?

Eu irei subscrever um PPR! Mas nunca nestas condições que mais parecem contribuir para um "Admirável Mundo Novo" do que para a melhoria das condições de vida, de empregabilidade e satisfação do cidadão com o Estado.

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