domingo, novembro 08, 2009
Escrito por Green Tea em domingo, novembro 08, 2009


Há quem tenha ficado verdadeiramente em êxtase com a saída de Paulo Bento (e de Pedro Barbosa) do Sporting. Eu não fiquei. Aliás, não fiquei mesmo nada contente.
Como quase sempre, cai primeiro o elo mais fraco. Recordo que outros clubes grandes passaram algum tempo a contratar treinadores à razão de um por época. Por outro lado, clubes grandes que aposta(ra)m na continuidade viram frutos a surgir consecutivamente. Mas o Sporting não deveria ser permeável a esta estratégia e, a sê-lo, deveria compreender onde está a grande questão, a big picture por assim dizer.
Paulo Bento começou a carreira de treinador nas camadas jovens do clube, onde conseguiu resultados bastante elogiáveis e elogiados. Posteriormente, passou, ainda sem todas as habilitações necessárias e não o sendo verdadeiramente no papel, a ser treinador da equipa principal do Sporting. Ao longo de 4 anos, não tendo conseguido um título e sem exibições verdadeiramente memoráveis, conseguiu por algum tempo, dar um sentimento de união dentro do clube. Apostou em jogadores jovens e formados no clube, aceitou a impossibilidade do Sporting em corresponder com grandes contratações e, aos poucos, foi criando aquilo que na altura foi idealizado como uma relação duradoura entre o treinador e o clube (chegando essa relação a ser comparada com a de Alex Ferguson e o Manchester United).
Com a escassez de resultados, todos se começaram a inquietar. Ah, o Caicedo não presta, os jogadores não correm e trinta por uma linha. Ah e o Polga está em baixo de forma e o Miguel Veloso não quer jogar. O que se faz então? A vida negra ao Paulo Bento. Sem excepção.
E digo isto porque há uma certa ironia em ver no estádio faixas de apoio ao Paulo Bento no primeiro jogo do Sporting após a saída do treinador. Em que o jogo está empatado e o meu clube está a jogar com menos um elemento.
Paulo Bento saiu desnecessariamente. Com tranquilidade, mas erradamente. Não é o Paulo Bento que está mal no Sporting, o Sporting não sabe é o que está mal.

Desejo tudo de bom ao Paulo Bento, que me emocionou quando deixou de ser jogador, porque afinal um homem também chora em frente às câmaras quando dedica uma carreira ao pai. E porque era e é um homem dedicado e recto. E não merecia a maneira como foi tratado nestes últimos tempos. Aliás, vê-se por este jogo com o Rio Ave, que ainda decorre, que não era ele o problema e que, ao contrário do que o próprio diz, ele até poderia ser parte da solução...

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