quinta-feira, junho 26, 2008
Escrito por Green Tea em quinta-feira, junho 26, 2008

Tudo tem a ver com expectativas. Desilusões, segundo Festinger (que saudades da psicologia social!), levam a que reajustemos as expectativas consoante a dissonância que a frustração das mesmas nos impõe.

As pessoas que querem salvar o mundo, ou pelo menos a parte que lhes interessa: não são fáceis de reconhecer. E menos ainda de dissuadir. São aquelas pessoas sonhadoras que, perante alguém com um passado mais ou menos difícil, sobretudo em termos afectivos, acreditam que são elas que vão ser a solução para todos os problemas, todos vêem isso, menos a pessoa em questão. Pessoalmente, simpatizo com a dedicação destas pessoas, com a sua capacidade para aquilo que julgam ser o amor. Só que não costumo gostar de ser sufocada... nem de sufocar. Dito isto, está concretizada uma despedida. Esta, a despedida, doeu.

As pessoas que querem domar o mundo de chicote e chávena de chá, mas vão acabar escaldadas e de mãozinha queimada: são bastante piores. São aquelas pessoas que se insinuam em fragilidade, em educação, em humildade, em seja o que for que pareça inofensivo. Depois explodem à velocidade da luz, perdem as estribeiras e mostram os ombros e os galões como se isso impusesse algum respeito. Não impõe. Não gosto que projectem em mim defeitos dos outros, chegam os meus. E com isto, concretiza-se outra despedida. Esta, porque secou, não doeu.

As pessoas que fazem rir e discutir política às 2h da manhã ao mesmo tempo que se dança numa varanda: não sabia que existiam. Mas existem. Ainda bem. Mesmo sendo de quadrantes opostos em quase tudo. Sabe bem saber que existem pessoas surpreendentes. Esta não foi uma despedida, foi uma conquista. Feliz por isso.

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quarta-feira, junho 11, 2008
Escrito por Green Tea em quarta-feira, junho 11, 2008

O Pedro diz tudo...

Existe o direito à greve ... não a obrigação de greve. Estupidez é o termo que me ocorre quando falamos de alguém ameaçar uma pessoa que tenta trabalhar, como se essa fosse a forma legítima de angariar seguidores e apoiantes. E nesse aspecto, há muita estupidez a passar nas notícias.
Se é para o país parar sem comida e sem gasolina, parabéns, estão a conseguir. Se é para terem desertores no apoio dos portugueses apeados, também conseguiram. Porque ninguém no seu perfeito juízo pode concordar que se queimem camiões, desperdice comida, sem ter uma pontinha de desdém. Se é a melhor forma de pressão sobre o governo que conseguem, estão bem para o governo que têm. Nós é que certamente não temos culpa!

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terça-feira, junho 03, 2008
Escrito por Green Tea em terça-feira, junho 03, 2008

Num dia que teve mais de cómico do que trágico, foi quando cheguei a casa que o vi, ainda embrulhado. Como que a apaziguar as dores no trambolho em que o meu pé se transformou, o Foge Foge Bandido, edição limitada a 1100 exemplares, aguardava em cima da mesa. O meu é o número 0238. Confesso que estava ansiosa, apesar de já ter as músicas por meios alternativos. Ah, são dois CDs e um livro. São um conjunto, impossível resumir o FFB apenas aos CDs e esquecer o livro ou vice-versa.

São 78 músicas ou projectos de músicas, algumas poucos segundos têm. 78 experiências ou 78 formas de expressar o que já se sabe de Manel Cruz, mas que nunca me deixa de surpreender. O ponto alto é finalmente perceber que só se podia esperar isto: algo que não remete para nada do que foi feito antes, nem com Ornatos Violeta, nem Pluto, nem Supernada (álbum que ainda se espera, pelos vistos também anda a fugir).
Experimentalismo poderia ser a palavra de ordem. Excentricidade, inovação, surrealismo, tudo isso e ainda faltaria qualquer coisa. Não é de ouvido fácil, não é a sequência musical expectável e típica. Nem poderia ser.
No fundo, o Manel arrisca aquilo que sempre terá querido obter num projecto a solo. E conseguiu, claramente. Não é para fãs de Ornatos e derivados, nem mesmo para fãs do Manel. É para que tem ouvido arrojado, espírito aberto e não se deixa intimidar por letras claramente "manelinas" e que podem ter o efeito de um bom soco no estômago. A destacar a presença de vários ex-Ornatos, entre outros. Um projecto individualista que tem rasgos de divertidas parcerias, esperadas ou não.
É esta a página oficial do FFB, onde podem ver e ouvir este mosaico de peças e obras, mas só o podem adquirir aqui!

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