As pessoas que querem salvar o mundo, ou pelo menos a parte que lhes interessa: não são fáceis de reconhecer. E menos ainda de dissuadir. São aquelas pessoas sonhadoras que, perante alguém com um passado mais ou menos difícil, sobretudo em termos afectivos, acreditam que são elas que vão ser a solução para todos os problemas, todos vêem isso, menos a pessoa em questão. Pessoalmente, simpatizo com a dedicação destas pessoas, com a sua capacidade para aquilo que julgam ser o amor. Só que não costumo gostar de ser sufocada... nem de sufocar. Dito isto, está concretizada uma despedida. Esta, a despedida, doeu.
As pessoas que querem domar o mundo de chicote e chávena de chá, mas vão acabar escaldadas e de mãozinha queimada: são bastante piores. São aquelas pessoas que se insinuam em fragilidade, em educação, em humildade, em seja o que for que pareça inofensivo. Depois explodem à velocidade da luz, perdem as estribeiras e mostram os ombros e os galões como se isso impusesse algum respeito. Não impõe. Não gosto que projectem em mim defeitos dos outros, chegam os meus. E com isto, concretiza-se outra despedida. Esta, porque secou, não doeu.
As pessoas que fazem rir e discutir política às 2h da manhã ao mesmo tempo que se dança numa varanda: não sabia que existiam. Mas existem. Ainda bem. Mesmo sendo de quadrantes opostos em quase tudo. Sabe bem saber que existem pessoas surpreendentes. Esta não foi uma despedida, foi uma conquista. Feliz por isso.
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