terça-feira, junho 03, 2008
Escrito por Green Tea em terça-feira, junho 03, 2008

Num dia que teve mais de cómico do que trágico, foi quando cheguei a casa que o vi, ainda embrulhado. Como que a apaziguar as dores no trambolho em que o meu pé se transformou, o Foge Foge Bandido, edição limitada a 1100 exemplares, aguardava em cima da mesa. O meu é o número 0238. Confesso que estava ansiosa, apesar de já ter as músicas por meios alternativos. Ah, são dois CDs e um livro. São um conjunto, impossível resumir o FFB apenas aos CDs e esquecer o livro ou vice-versa.

São 78 músicas ou projectos de músicas, algumas poucos segundos têm. 78 experiências ou 78 formas de expressar o que já se sabe de Manel Cruz, mas que nunca me deixa de surpreender. O ponto alto é finalmente perceber que só se podia esperar isto: algo que não remete para nada do que foi feito antes, nem com Ornatos Violeta, nem Pluto, nem Supernada (álbum que ainda se espera, pelos vistos também anda a fugir).
Experimentalismo poderia ser a palavra de ordem. Excentricidade, inovação, surrealismo, tudo isso e ainda faltaria qualquer coisa. Não é de ouvido fácil, não é a sequência musical expectável e típica. Nem poderia ser.
No fundo, o Manel arrisca aquilo que sempre terá querido obter num projecto a solo. E conseguiu, claramente. Não é para fãs de Ornatos e derivados, nem mesmo para fãs do Manel. É para que tem ouvido arrojado, espírito aberto e não se deixa intimidar por letras claramente "manelinas" e que podem ter o efeito de um bom soco no estômago. A destacar a presença de vários ex-Ornatos, entre outros. Um projecto individualista que tem rasgos de divertidas parcerias, esperadas ou não.
É esta a página oficial do FFB, onde podem ver e ouvir este mosaico de peças e obras, mas só o podem adquirir aqui!

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