Tenho pensado bastante nas injecções de capital que os Bancos Centrais têm fornecido às bolsas... às bolsas de alguns, obviamente. E não fosse o fecho das bolsas ter consequências sociais tão dramáticas, não fossem estes banqueiros influentes fabricantes de bolas de neve sociais, fazia-me muito mais sentido injectar tanto dinheiro em coisas realmente importantes. Como os milhares que morrem de fome todos os dias, para quem um milhão de euros é uma soma que nem conseguem imaginar. Mas para esses, o BCE tem outra resposta, que é a de apertar o cinto. E para o Zé Povinho também, que não se injecta dinheiro para que as prestações da casa baixem, é só o essencial para a bolsa sobreviver, de modo a que os senhores continuem a poder ter uma certa qualidade de vida.
Não consigo deixar de pensar na minha primeira associação à palavra "injecção": injectar, injectam-se os toxicodependentes. Tal dependência financeira é atroz e injusta. Basta ver G.W. Bush a congratular-se sobre a forma como defenderam a segurança financeira dos americanos. Menos os que vão continuar exactamente na mesma, porque já estavam suficientemente sufocados antes da crise. Remendamos, retalhamos, tapamos sóis com peneiras. Mas nada muda.
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