domingo, dezembro 24, 2006
Escrito por Green Tea em domingo, dezembro 24, 2006

É, é natal ...

Sim, natal, e não Natal. Não me apetece escrever um rol de críticas ao que todos criticamos todos os anos por esta altura. Deixo antes um punhado de considerações ...

a) Ainda hoje estava no café e iam dois homens andando à pancada forte e feio ... eu assisti à cena desde o início e não extraí qualquer causa que não fosse excesso de testosterona por controlar;

b) Todos os anos se repetem as cerimónias de solidariedade para com os mais desfavorecidos. Particularmente, toca-me a causa dos sem-abrigo, talvez por durante seis anos ter semanalmente passado noites inteiras na rua, no chão sentada a conversar ... e por me recusar, ao longo desses seis anos, a aparecer na televisão durante as festas de natal ... para isso estavam lá os famosos, que durante 364 dias no ano não sabem o frio que é, a fome que é, a solidão que é. Frio, fome e solidão que não se saciam com um bilhete de metro e uma refeição servida por caras larocas.

c) Natal é quando damos prendas a todos (ou quase), excepto ao aniversariante. Há, acredite-se ou não, um Cristo que nasce e que raros acolhem, sob a forma de Esperança, Alegria, Paz e/ ou Amor. Não é preciso ser crente para discernir que, para além dos ritos instituídos, há toda uma esfera relacional que poderia e deveria ser muito mais aprofundada nestas alturas. Já que não o é durante todo o ano.


Natal é festa da luz, data derivada do solstício de Inverno. Mas vivemo-lo na escuridão!?
Espero (bem) que não.

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