segunda-feira, janeiro 15, 2007
Escrito por Green Tea em segunda-feira, janeiro 15, 2007


... no referendo sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez.
Estou há semanas para escrever sobre este tema, parece que é hoje.Existem duas forças aparentemente opostas em mim, mas ambas me dizem o mesmo. Se, por um lado, a minha fé me diz que devo prezar a vida, nunca foi a fé a decidir as minhas convicções políticas. Por outro lado, se a minha esquerda me diz que devo ousar a liberdade de expressão, não compreendo como esta mesma esquerda se pode arrogar a criticar o meu voto consciente e esclarecido.
Há um certo sabor a hipocrisia neste referendo. Abordam-me na rua militantes do “sim”, porque sou mulher e sou jovem, como se estas duas características fossem emparelhadas com o meu voto. Mas não. Não concebo como se pode investir dinheiro em clínicas de aborto e não se investir o mesmo dinheiro na facilitação de métodos contraceptivos. Ah e tal, há a distância aos centros de saúde, mas não acredito que façam clínicas de aborto em cada esquina. Ah e tal, mas são caros, mas isso também os meus inaladores para a asma, e não é por isso que não os tomo. Ah e tal, mas falta educação sexual, mas caramba, então esta gente é adulta para abrir as pernas mas não para tomar a pílula ou pôr um preservativo?
Melhor melhor só mesmo o argumento da liberdade da mulher, esse ser raramente emancipado. Caramba, sou mulher, decido o que quero fazer com o meu corpo. Neste momento, apetece-me esmurrar uma pessoa, talvez deixá-la inconsciente. Escolhi, tenho liberdade. Não devo ser penalizada por isso? Quando o posso evitar? Enfim ...

Já me chamaram retrógrada e radical. Seja. Chamem-me de tudo, mas poeta castrado é que não, já dizia o outro. Eu continuo a votar não.
 
1 Comentários:


Em 2:39 da tarde, Blogger Dieguistico!

Siempre me pregunté por qué, para los defensores del aborto, uno puede ser libre de matar un niño que no nació, pero no de matar a un vecino molesto. Me parece bastante incoherente de su parte.

La cuestión me parece que pasa por el hecho de que ni el niño ni el vecino son partes de mi cuerpo, y por tanto no puedo disponer de ellas a mi voluntad.

La postura de si al aborto es inconsistente con una postura de no al asesinato.

Sólo decir si a la vida es coherente con oponerse tanto al aborto como al homicidio.

Saludos desde Argentina!