Passem por lá.
Ouvi ontem na televisão sobre uma petição para um referendo a efectuar durante o Benfica - Porto relativamente ao casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Que a discussão ainda não tinha sido feita, que era um assunto demasiado importante.
Concordo inteiramente. É um assunto demasiado importante para quem se vê afectado por uma lei retrógrada e vê a sua orientação ser escrutinada por uma maioria discriminatória.
A orientação sexual não é uma opção nem é uma doença. Enquanto esta simples frase não for apreendida na sua totalidade por uma quantidade de imbecis, por melhor que sejam as suas intenções, não seremos verdadeiramente uma sociedade democrática. Perante o Estado, sou uma pessoa. Sou mulher, ruiva, baixa, heterossexual. Nenhum destes elementos deve ser mais ou menos importante que os outros. Sou uma pessoa. Todos estes senhores e senhoras que querem casar, perante a lei não têm nem mais nem menos direitos. Pena é que demoremos tanto tempo a reconhecê-lo.
Não precisamos de nenhum referendo para conceder a cidadãos (e cidadãs) pleno direito à celebração de um contrato, que é exactamente o que é o casamento civil. Não houve discussão suficiente? Houve foi discussão a mais, a porem as igrejas ao barulho, a sociedade portuguesa que mal sabe pensar e ainda pensa que são coisas do demónio, cuja mesquinhez de nova-riquice e pseudo-ocidentalidade ainda lhes tolda a visão.
Não me refiro a casamentos religiosos, pois sobre esses haveria ainda muito a discutir. Agora quanto ao casamento civil, parece-me que o caso já devia estar encerrado. Ponto. Final.
Perguntam-me sobre a adopção de crianças. Penso que as crianças são terríveis, inconscientes da maldade que a sua reduzida disponibilidade para aceitar a diferença. "Olha o meu pai Um e o meu pai Dois" seria mais dificil de compreender enquanto as nossas crianças não estiverem sensibilizadas para a realidade que é a existência de orientações sexuais diferentes. Repito que a orientação sexual não é uma doença nem uma opção. Nem o DSM (a bíblia das psicopatologias que rege demasiada intervenção psicológica e psiquiátrica) aceita isso, já há muito tempo. Apenas é... diferente.
A esta questão da adopção, sobre a qual tenho mais receio da intolerância de qua a criança seria alvo do que propriamente dos potenciais educativos de dois pais e duas mães, apenas me pergunto uma outra: será estabilidade emocional e integração social uma família heterossexual em que as mulheres são continuadamente vítimas de violência física e/ ou psicológica? Quer-me parecer que a adopção por parte de casais do mesmo sexo está para os nossos dias como as famílias monoparentais (agora delicadamente designadas de biparentais) estão os tempos dos nossos pais e avós.
A ver vamos, como sempre.
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Sucessão Perfeita:
23/05/2000
04/09/2006
08/06/2007
E agora 10/07/2010.
Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
Sou feliz. Podem parar as compras de Natal. Ou então troquem-nas por um bilhete!
Etiquetas: futebol
Garota de Matogrosso do Sul
Uma das minhas colegas de trabalho é brasileira e é porreirinha. Ficou, e cito "puta da vida" com a cena da Maitê Proença. A mim passou-me ao lado...
Mas a minha colega tem alguma razão. Quando ela entrou na empresa, vinha aterrorizada pela possibilidade de se enganar, pois certamente atribuiríamos o erro ao facto de ser brasileira e não à simples evidência de ser novata numa função que, não sendo complexa, é trabalhosa.
Pagando uma exorbitância pelos papéis e sua renovação, trabalha 7 dias por semana, pois trabalha aos fins-de-semana para poder enviar dinheiro para o Brasil. É empenhada até mais não e resolveu ir tirar um curso de contabilidade* cantem comigo: aleluuuuuuiaaaaaa irmãos!) para me poder libertar dessa parte que, em boa verdade, tem ficado descurada desde que iniciei funções no meu novo cargo. E continua a sofrer, por alguns, pelo estereótipo de brasileira boa e burra (boa até é, mas burra???).
Diplomaticamente, esta merda da Maitê é insignificante. Para os brasileiros (e outros imigrantes**) que cá tentam trabalhar (porque há os que de facto tentam fazer outras coisas), é uma chicotada valente. E estúpida e desnecessária.
* Tal como a pós-graduação que me propus a frequentar em regime pós-laboral para poder exercer estas funções, também este curso de contabilidade no mesmo horário é inteiramente pago pela empresa. No entanto, quer eu quer a minha colega, inscrevemo-nos antes de sabermos desta situação. Claramente, tenho muita sorte no sítio onde trabalho.
** Temos outro colaborador imigrante que, após 8 anos de trabalho em Portugal, se naturalizou. Trabalha mais que o Deco e o levezinho juntos. É das pessoas mais fantásticas e humildes que conheço. Foram os outros trabalhadores que o ajudaram a preparar o ditado que teve de fazer, perdendo noites de sono que, no trabalho deles, é bem preciso. Repetindo, claramente, tenho mesmo muita sorte em trabalhar onde trabalho.
... e o Isaltino vai ganhar, só me ocorre esta foto que tirei no Bairro Alto um destes dias.
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Backspacer já roda no meu iTunes há tempo suficiente para não se tratar apenas de uma impressão esquisita.
Sendo das melhores capas dos Pearl Jam que me lembro (pelo menos a comparar com o abacate), o álbum é, vá lá, fraquinho.
As músicas não são, de todo, aquilo que eu esperaria, e quase que me apetece espancar o Eddie Vedder até lhe doerem as costelas. É que ninguém me tira da cabeça que foi aquela banda sonora do Into The Wild que fez com que Backspacer derrapasse para esta lamechice a pretender ser maturidade.
Ou isso, ou sou eu que gosto mais dos bons velhos tempos, cuja última recordação é de 8 de Junho de 2007, no concerto em Algés.
Por isso, e enquanto me dedico a mais umas quantas ouvidelas a ver se percebo o que me está a escapar, isto é o que para mim ainda resiste:
Etiquetas: Música