São quase 23h30. Se tudo corresse como o previsto, amanhã entraria às 8h no trabalho, o que implicaria que a esta hora estaria, possivelmente em vão, a tentar dormir. Não obstante, e numa semana em que muitos se queixaram de como 35 euros por hora pode ser insuficiente para manter médicos em hospitais, é ao meu médico de família e aos meus 38,7º que devo o prazer de passar a véspera de Natal em casa.
Temos vindo a habituar-nos a ver nos médicos, magistrados, e outros que tais, grupos prestigiados e influentes no país. Certo. Com eventuais privilégios excessivos. Certo. Com (algum) mérito (alguns). Certo.
Nada como uma ida ao Centro de Saúde para tirar isto a limpo. Consulta de Urgência, já se vê. E o sorriso afável do meu médico, para quem as consultas não se resumem a passar atestados e receitas. Ele é explicar o porquê daquele medicamente e não de outro, ele é saber que mais perguntas tenho, ele é mostrar-me o sistema informático (que teima em ir abaixo nas minhas consultas), ele é contar-me piadas enquanto me observa, ele é encaminhar-me quando extravasa das suas competências, ele é comentar o último concerto do Palma, ele é perguntar em que pé vai (ia) o meu mestrado, etc. e tal.
Isto, é um médico de família. Ah, e também passa atestados e receitas.
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